Clínica
A característica essencial é a presença de um ou mais delírios não-bizarros que persistem por pelo menos 1 mês. Exceto pelo impacto direto dos delírios, o funcionamento psicossocial não está acentuadamente prejudicado, e o comportamento não é obviamente estranho ou bizarro.
Se episódios de humor ocorrem concomitantemente com os delírios, sua duração total é relativamente breve, comparada com a duração total dos períodos delirantes. Embora seja especialmente importante determinar se os delírios são bizarros para a distinção entre transtorno delirante e esquizofrenia, este caráter bizarro pode ser difícil de julgar, especialmente entre diferentes culturas.
Os delírios são considerados bizarros quando claramente implausíveis, incompreensíveis e não extraídos de experiências comuns da vida (por ex., a crença de um indivíduo de que um estranho retirou seus órgãos internos e os substituiu pelos de outra pessoa sem deixar quaisquer cicatrizes ou ferimentos). Em comparação, os delírios não-bizarros envolvem situações que poderiam concebivelmente ocorrer (por ex., ser seguido, envenenado, infectado, amado à distância ou traído pelo cônjuge ou parceiro romântico).
Uma característica comum em indivíduos com transtorno delirante é a aparente normalidade de seu comportamento e aparência quando suas idéias delirantes não estão sendo questionadas ou postas em prática. Em geral, o funcionamento social e conjugal estão mais propensos a sofrer prejuízos do que os funcionamentos intelectual e ocupacional.
Diagnóstico
Clínico, ocorrendo:
A. Delírios não-bizarros (isto é, envolvendo situações que ocorrem na vida real, tais como ser seguido, envenenado, infectado, amado a distância, traído por cônjuge ou parceiro romântico ou ter uma doença) com duração mínima de 1 mês.
B. O critério A para esquizofrenia jamais foi satisfeito. Observação: alucinações táteis e olfativas podem estar presentes no transtorno delirante, se relacionadas ao tema dos delírios.
C. Exceto pelo impacto do(s) delírio(s) ou de suas ramificações, o funcionamento não está acentuadamente prejudicado, e o comportamento não é visivelmente esquisito ou bizarro.
D. Se episódios de transtorno de humor ocorreram durante os delírios, sua duração total foi breve relativamente à duração dos períodos delirantes.
E. A perturbação não se deve aos efeitos fisiológicos diretos de uma substância (por ex., uma droga de abuso, um medicamento) ou de uma condição médica geral.
Especificar tipo (os tipos seguintes são atribuídos com base no tema predominante dos delírios):
- tipo erotomaníaco: delírios de que outra pessoa, geralmente de situação social ou econômica mais elevada, está apaixonada pelo indivíduo;
- tipo grandioso: delírios de grande valor, poder, conhecimento, identidade ou de relação especial com uma divindade ou pessoa famosa;
- tipo ciumento: delírios de que o cônjuge ou parceiro do indivíduo é infiel;
- tipo persecutório: delírios de que o indivíduo (ou alguém chegado a ele) está sendo, de algum modo, maldosamente tratado;
- tipo somático: delírios de que a pessoa tem algum defeito físico ou condição médica geral;
- tipo misto: delírios característicos de mais de um dos tipos acima, sem predomínio de nenhum deles;
- tipo inespecificado.
Tratamento:
Devido à convicção em relação às próprias idéias, é difícil que a pessoa perceba a necessidade de ajuda e procure tratamento, tendo a família uma função de apoio importante. O tratamento é com Psiquiatra realizado com medicação e psicoterapia.
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