Édipo é filho de Laios, rei de Tebas que foi amaldiçoado de forma que seu primeiro filho tornar-se-ia seu assassino e desposaria a própria mãe. Tentando escapar da ira dos deuses, Laios manda matar Édipo logo de seu nascimento. No entanto, a vontade do destino foi mais forte e Édipo sobreviveu, salvo por um pastor que entregou-o a Políbio, rei de Corinto.
A história se
passa na cidade de Tebas, localizada na Grécia antiga, onde Édipo foi coroado
rei. Ele foi considerado um herói pelo seu povo, por ter salvado a cidade de
uma peste e por ter destruído um monstro que ameaçava toda a vida na cidade.
Esse monstro se chamava Esfinge e devorava aqueles que não decifrassem o seu
enigma: “decifra-me ou devoro-te!”
A esfinge
perguntou: o que é o que é, que quando nasce tem quatro patas, quando cresce
tem duas e quando envelhece tem três? O homem, disse Édipo!
É aí que
começa a história do espetáculo:
Pelo seu
feito, Édipo recebeu como prêmio o trono de Tebas, pois o seu soberano Laio,
havia saído da cidade em busca de socorro e nunca mais havia voltado: ele foi
assassinado durante a viagem. Édipo recebeu também, a rainha Jocasta como
esposa, como era a tradição, e com ela teve quatro filhos. A cidade passou a
viver bem, com alegria e prosperidade.
Passados os
anos, a cidade é novamente arrasada pela peste. Os governantes, que
acreditavam nos deuses e os consultavam sobre os assuntos importantes, foram ao
oráculo saber o que deveriam fazer para salvar a cidade. Eles ordenaram a Édipo
que descobrisse o assassino de Laio. Édipo, um bom rei, decide obedecer
aos deuses e investigar este antigo assassinato. Porém, através desta
investigação, ele descobre, com grande surpresa, o que o destino lhe reservou: Laio
era seu pai e foi ele, sem saber, quem o assassinou. E descobriu ainda que Jocasta
era sua própria mãe. Jocasta se mata e Édipo, para se punir, resolve furar os
olhos, para nunca mais ver a vergonha que fez.
Este é um dos
mitos mais famosos da humanidade: a história do homem que, em busca de suas
origens, descobriu que matou o pai e casou-se com a mãe, o que é a maior
proibição da nossa cultura e da nossa ética.
Mesmo
tendo sido escrita no século V a.c, a peça é bastante atual: fala da
importância de cada pessoa conhecer seu passado, para poder tomar decisões
corretas durante a vida. Fala ainda da determinação do destino e da liberdade
de escolha. A psicanálise utiliza o mito de Édipo para falar da formação da
personalidade nas crianças: o chamado “complexo de Édipo” é a fase em que a
criança quer se ver livre do pai para ficar com a mãe. Freud, o fundador da
psicanálise, diz que todo ser humano tem esse desejo simbólico: matar o pai e
casar-se com a mãe.
Esta
história é uma das mais montadas no teatro em todos os países do mundo e
traduzida para todas as línguas. Isso mostra que este mito é mesmo muito
importante para nós. Apesar de ser uma história tão antiga, o Grupo Teatro
Andante procura contá-la de maneira bem moderna, com figurinos contemporâneos,
música tocada ao vivo e fogos de artifício.
Complexo de Édipo
No final do século XIX e início do século XX, Freud surpreendeu a sociedade europeia ao divulgar suas ideias relacionadas à sexualidade infantil. Nelas, determinou que a sexualidade infantil pode ser conhecida através de três fases distintas que podem se manifestar nos primeiros meses de vida ou na fase dos 5 e 6 anos.
Primeiramente, ocorre a chamada fase oral, quando a criança focaliza seu desejo e prazer no seio materno e na ingestão dos alimentos. Posteriormente, ocorre a fase anal, quando o desejo e o prazer são focalizados nas fezes e excreções. Por último, ocorre a fase fálica, quando o desejo e o prazer são focalizados nos órgãos genitais.
Na fase fálica surge o complexo de Édipo, também chamado de complexo nuclear das neuroses. Nesse período, os meninos focalizam o seu desejo e prazer na mãe; e as meninas, no pai. É nessa fase também que a criança distingue a diferença dos sexos masculino e feminino e determina sua fixação pela pessoa mais próxima do sexo oposto.
A criança, ao desejar o pai ou a mãe, alimenta um conjunto de pulsões formadas pelo id. O superego, que é formado pela razão, pela moral, pelas regras e normas de conduta; busca censurar tais pulsões fazendo com que o id seja impedido de incentivar a satisfação plena da criança. O ego, por sua vez, que é a consciência humana, é incentivado pelos impulsos do id e limitado pelas imposições do superego, o que torna necessário buscar formas de satisfazer o id sem transgredir o superego.
O complexo de Édipo em meninos surge pelo desejo sexual pela mãe, a criança vê o pai como ameaça e deseja livrar-se dele, no entanto, busca identificar-se com ele. Em meninas, o complexo surge com o desejo de ganhar um bebê do pai e como não conseguem, se desiludem.
O complexo de Édipo é derrubado nos meninos pela ameaça da castração, em que pensa que perderá seu pênis. A menina acredita que a castração já ocorreu, já que não mais possui o membro, descartando assim a ameaça.
O complexo de Édipo é derrubado nos meninos pela ameaça da castração, em que pensa que perderá seu pênis. A menina acredita que a castração já ocorreu, já que não mais possui o membro, descartando assim a ameaça.
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